Em busca das pererecas: expedição do Projeto Perereca-Rústica

Publicado por parquedasaves em 24/11/2022

Atualizado em 24 de fevereiro de 2023

Tempo de leitura: 3 minutos

Lembra da perereca-rústica (Pithecopus rusticus), um anfíbio que mal foi descoberto e já está ameaçado de extinção? Pois então, temos novidades sobre elas!

Uma equipe do Parque das Aves foi até Santa Catarina, na cidade de Água Doce, para participar de uma expedição de pesquisa em conjunto com o pessoal do Projeto Perereca-Rústica.

O ambiente natural das pererecas é uma pequena área, mas com uma diversidade de vida que encanta qualquer um.

A intenção dessa viagem foi aumentar o conhecimento sobre essa espécie, e, assim, entender melhor seus hábitos de alimentação, seu ambiente natural e os próprios indivíduos, já que temos um casal aqui no Parque.

Uma aventura para encontrar as pererecas

Para fazer isso, o pessoal teve que ir a campo. Vestiram suas capas de chuva, colocaram as botas e entraram numa área de banhado, em busca das pererecas.

O banhado se caracteriza por um solo encharcado, bem úmido, formado por águas de chuva, de rios, lagos ou água subterrânea.

Por causa da instabilidade do terreno, os pesquisadores afundavam em alguns pontos dessa área, mas isso não foi um obstáculo para eles.

Expedição em busca das pererecas: Parque das Aves e Projeto Perereca-Rústica em Água Doce, Santa Catarina
Os pesquisadores precisam enfrentar um banhado para encontrar as pererecas.

Um desafio: achar as pererecas

 

Porém, estudar um animal que pesa menos de 10 g, com hábitos noturnos e vive em ambiente amplo e aberto é um grande desafio.

De dia eles ficam menos ativos e acabam se confundindo com as plantas locais. Por isso, o melhor momento para observar a perereca-rústica é de noite.

A audição e a visão acabam se tornando as principais ferramentas para encontrá-las.

Como os machos vocalizam, são esses sons que guiam os pesquisadores em direção aos animais

Pithecopus rusticus ou perereca-rústica em seu habitat natural, um pequeno fragmento do bioma Mata Atlântica

O tamanho e a facilidade de se confundir com a vegetação são alguns dos desafios para investigar a perereca-rústica.

Foram três dias de investigações em campo, colhendo amostras de plantas e buscando as pererecas.

Ao encontrá-los, elas são coletadas para identificação e análise. E os indivíduos novos são celebrados. 😀

As plantas tiveram uma importância muito grande para a expedição, porque são nelas onde a perereca-rústica faz a sua desova.

Por isso, a equipe trouxe algumas amostras para cultivar essas plantas no aquaterrário, um recinto que incorpora elementos terrestres e aquáticos, a fim de promover a reprodução dessa espécie ex situ (ou seja, sob cuidados humanos) no Parque das Aves.

Detalhe do aquaterrário onde as pererecas ficam.

Além disso, a equipe instalou gravadores em diferentes pontos da área de ocorrência da perereca, para captar vocalizações e identificar novos possíveis locais onde a espécie se encontra.

Resultados positivos da expedição

Os resultados da expedição foram muito positivos, já que a equipe descobriu novos indivíduos não encontrados anteriormente, fruto de um trabalho diário e incansável.

Equipe do Parque das Aves em Água Doce, Santa Catarina

O time do Parque das Aves: Victor, Paloma e Richarlyston vestiram suas capas de chuva e foram a campo estudar o comportamento das pererecas em seu local de ocorrência.

Além disso, foi uma oportunidade para um entrosamento maior entre a equipe do Parque das Aves e o Projeto Perereca-Rústica, para uma troca de ideias que beneficie ambas as partes.

O trabalho de preservação da perereca-rústica está apenas começando e os resultados são animadores.

Conheça o Parque das Aves

Quando você visita o Parque das Aves também apoia os esforços de proteção e conservação de espécies ameaçadas da Mata Atlântica, como a perereca-rústica.

Então, se estiver em Foz do Iguaçu, venha fazer seu passeio. Estamos em frente às Cataratas do Iguaçu!

Confira mais detalhes sobre como fazer sua visita aqui.

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