Parque das Aves envia 6 jacutingas para soltura dentro do Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil

Publicado por parquedasaves em 17/08/2017

Atualizado em 1 de fevereiro de 2023

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Como parte do trabalho que o Parque das Aves realiza em prol da conservação de espécies, principalmente de Mata Atlântica, seis jacutingas (Aburria jacutinga), aves em perigo de extinção, foram enviadas em 28 de agosto para soltura na região da Serra da Mantiqueira, em São Paulo, através do Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil.

O Projeto Jacutinga/Aves Cinegéticas é uma iniciativa da SAVE Brasil (Sociedade para Conservação das Aves do Brasil) visa reintroduzir essa espécie na natureza. Sob a coordenação de Alecsandra Tassoni, ele foi iniciado em 2010 e tem como finalidade a conservação de aves cinegéticas – aves que são vítimas de intensa caça.

Jacutinga (Aburria jacutinga), espécie ameaçada de extinção

As seis aves que estão sendo enviadas para soltura nasceram no Parque das Aves e foram selecionadas por possuírem a maior chance de sobrevivência possível na natureza. São aves que nasceram e foram criadas pelos pais, cresceram em um recinto em meio à mata que permitia que voassem. Além disso, antes da soltura elas passaram por uma intensa preparação pela equipe do Projeto Jacutinga.

A jacutinga é uma espécie ameaçada e em alguns locais o número de sua população está muito baixo, e uma das ferramentas de conservação é a sua suplementação, que coloca mais indivíduos dessa espécie na área para que a população consiga se recuperar.

Jacutinga recebendo enriquecimento alimentar no recinto

Mas a soltura requer muitas etapas e cuidados. Ligia Rigoleto, chefe da Divisão de Veterinária do Parque das Aves, comenta que foram feitos todos os exames necessários de acordo com as determinações do programa. “Todos os projetos de conservação e soltura possuem um protocolo sanitário, com diversos exames importantes listados. No protocolo da SAVE está incluída a coleta de swab, que pode identificar vírus e/ou bactérias, além da coleta de sangue, e os resultados mostraram que está tudo dentro do normal. Nós também fizemos outros procedimentos, como os exames de raio X e endoscopia, pois temos mais recursos aqui. E ficamos muito felizes em saber que elas estão supersaudáveis.”

Jacutinga dentro do recinto

E não são apenas os quesitos de saúde que contam na hora de reintroduzir uma ave na natureza. Depois que as seis jacutingas saíram do Parque das Aves, elas passaram por um programa de monitoramento antes de serem soltas, em um recinto de reabilitação na Serra da Mantiqueira. Lá elas passaram por um processo de ambientação, no qual os pesquisadores do projeto avaliaram fatores comportamentais e sociais, além de receberem treinamentos para reconhecer itens alimentares silvestres, desenvolver musculatura para voo e reconhecer predadores.

A jacutinga, ave endêmica da Mata Atlântica, é uma espécie considerada em perigo segundo a lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), e teve sua população reduzida drasticamente. A ave é vítima intensa de caça, seja para fins alimentares ou esportivos, e também sofre com a perda de habitat, pois só restam 8,5% do território original da Mata Atlântica. Além disso, a exploração da palmeira-juçara (Euterpe edulis), fonte de um alimento importante da dieta da jacutinga, é uma das principais causas de sua extinção. Apesar de não depender totalmente dos frutos dessa árvore, muitas aves morrem pela falta dele.

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