Conheça 17 espécies ameaçadas da Mata Atlântica

Publicado por parquedasaves em 16/08/2019

Atualizado em 5 de março de 2025

Tempo de leitura: 13 minutos

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, mas também um dos mais ameaçados. Com menos de 12% de sua vegetação original, muitas de suas espécies estão em risco de desaparecer para sempre.

Hoje, trazemos 17 espécies da Mata Atlântica que estão ameaçadas – algumas bem conhecidas, outras que poucas pessoas já ouviram falar. Cada uma delas tem um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema e precisa de proteção urgente.

 Proteger a Mata Atlântica é garantir a sobrevivência de suas espécies! Você conhece alguma dessas? 

1.  Arara-vermelha (Ara chloropterus)

Close-up de uma arara-vermelha com penas intensamente coloridas, um grande bico curvado e olhos expressivos. O fundo apresenta um ambiente verde desfocado.

Majestosa e cheia de personalidade, a arara-vermelha encanta a todos! Essa espécie espalha sementes pela floresta, garantindo novas árvores e a continuidade da vida na Mata Atlântica.

A arara-vermelha (Ara chloropterus) é frequentemente confundida com a arara-macau (Ara macao) devido ao seu porte imponente e cores vibrantes. Habita florestas tropicais, especialmente na Amazônia, mas também foi encontrada na Mata Atlântica até o Espírito Santo e Paraná.

Embora não esteja globalmente ameaçada, a arara-vermelha é considerada em risco no Paraná. A destruição de seu habitat, principalmente pelo desmatamento, e a captura para tráfico de animais são as principais ameaças.

Além disso, a arara-vermelha desempenha um papel crucial na regulação do ecossistema da Mata Atlântica. Como dispersora de sementes, ela contribui para a preservação e regeneração das florestas, ajudando a manter o equilíbrio ambiental. Sua alimentação é composta principalmente de frutas e sementes, que ela espalha pela floresta ao longo de suas rotas de voo. Portanto, proteger a arara-vermelha não só garante a preservação da espécie, mas também favorece a manutenção da biodiversidade do bioma da Mata Atlântica.

2. O gavião-real (Harpia harpyja)

Harpia pousada em um tronco, com suas penas negras e brancas em contraste com o fundo verde da floresta. Seu olhar imponente reflete sua posição de predador no topo da cadeia alimentar.

A harpia é uma das aves de rapina mais poderosas do mundo e essencial para o equilíbrio da Mata Atlântica. Sua preservação garante um ecossistema saudável!

O gavião-real (Harpia harpyja) é uma das aves de rapina mais impressionantes do mundo, com olhar penetrante e uma envergadura de até 2 metros. Suas fortes pernas, com espessura de um punho humano, são a prova de sua força extraordinária.

Apesar de seu porte, o gavião-real é silencioso e ágil, sendo difícil de ser avistado. Ele vive sozinho ou em pares nas copas das árvores altas, onde caça animais arborícolas, como macacos e preguiças, ajudando a manter o equilíbrio ecológico.

A espécie está ameaçada de extinção devido a desmatamento, caça ilegal e sua baixa taxa de reprodução, já que a harpia coloca um único filhote a cada 2-3 anos. Mesmo vivendo em diversas regiões do Brasil, o número de gaviões-reais diminui drasticamente, exigindo ações urgentes de conservação.

3. Murucututu (Pulsatrix perspicillata)

Coruja-murucututu com plumagem marrom e branca, olhos grandes e escuros, em meio a um ambiente de floresta com luz natural filtrada.

Com seu olhar intenso e canto misterioso, a coruja-murucututu é uma verdadeira guardiã da floresta! Predadora silenciosa, ela ajuda no controle do trânsito de pequenos animais na Mata Atlântica.

O murucututu (Pulsatrix perspicillata) é uma coruja imponente encontrada em quase todo o Brasil, incluindo a Mata Atlântica nordestina. Apesar de sua espécie não estar ameaçada, sua subespécie, Pulsatrix perspicillata pulsatrix, está classificada como Vulnerável (VU) pela IUCN, devido à perda de habitat.

Essa subespécie habita o leste do Brasil, desde a Bahia até o Rio Grande do Sul, além de regiões do Paraguai e da Argentina. Seu comportamento discreto e noturno faz com que seja mais ouvida do que vista, tornando sua presença um verdadeiro mistério na floresta.

Como predador essencial para o equilíbrio ecológico, o murucututu controla populações de roedores, gambás, sapos e lagartos. No entanto, a destruição das florestas, onde faz seus ninhos e caça seu alimento, coloca sua subespécie em risco.

A preservação da Mata Atlântica é fundamental para garantir a sobrevivência dessa e de tantas outras espécies que dependem da floresta. Proteger a natureza é também proteger o murucututu, um verdadeiro símbolo da biodiversidade noturna.

4. A caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum)

O caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) é uma coruja Criticamente Ameaçada (CR) e pode estar extinta na natureza. Endêmica da Mata Atlântica, sua população entrou em colapso devido ao desmatamento extremo, especialmente no norte da Bahia. O impacto foi tão severo que não há fotos da espécie, apenas ilustrações.

Por nunca ter sido amplamente estudada, sua descrição é baseada em espécies semelhantes, como o caburé-da-amazônia e o caburé-miudinho. Provavelmente era pequena, de plumagem parda, com “olhos falsos” na nuca, ajudando a confundir predadores e presas.

A destruição da Mata Atlântica pode ter levado essa coruja ao desaparecimento antes mesmo de ser completamente conhecida. Seu caso reforça a importância da conservação, garantindo que outras espécies não tenham o mesmo destino. 

5. Macuco (Tinamus solitarius)

Macuco fotografado em um ambiente de floresta, com penas marrons e um olhar atento. O chão está coberto de folhas secas e galhos.

O discreto e fascinante macuco é um dos pequenos marrons da Mata Atlântica! Seu canto forte ecoa pela floresta, mas ele é difícil de ser avistado.

O macuco (Tinamus solitarius), nome de origem tupi-guarani, é o maior tinamídeo da Mata Atlântica. Discreto e terrestre, caminha silenciosamente pelo chão da floresta, tornando-se difícil de ser avistado.

A espécie habita regiões do Nordeste, Sudeste, Sul e parte de Goiás, preferindo matas densas próximas a riachos. No entanto, enfrenta grande risco de extinção devido ao desmatamento e à caça ilegal.

Na última revisão da Lista Vermelha do Paraná, seu status foi atualizado para “Em Perigo (EN)”, reforçando a urgência de sua conservação.

Seus ovos verde-azulados chamam atenção, contrastando com seu comportamento discreto. Preservar o macuco é garantir a biodiversidade da Mata Atlântica e a sobrevivência de muitas espécies!

6.Papagaio-Chauá (Amazona rhodocorytha)

Papagaio-chauá com penas verdes e detalhes em azul e vermelho na cabeça, olhando diretamente para a câmera com um fundo desfocado de vegetação.

O papagaio-chauá é um verdadeiro tesouro da Mata Atlântica! Infelizmente, essa espécie está ameaçada pelo tráfico de animais silvestres e pela destruição de seu habitat.

O papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) está Em Perigo (EN) de extinção, sobrevivendo em fragmentos da Mata Atlântica nos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Sua coloração vibrante e bico forte o tornam alvo do tráfico de animais silvestres, agravando a perda de habitat.

Apesar da ameaça, há poucas informações sobre sua distribuição e população, dificultando sua proteção. Para mudar esse cenário, o Parque das Aves apoia a Expedição Chauá, em parceria com a Fundação Neotrópica do Brasil, mapeando áreas onde a espécie ainda ocorre para criar estratégias eficazes de conservação.

A proteção do papagaio-chauá depende da preservação de seu habitat e do combate ao tráfico. Apoiar iniciativas de conservação é essencial para garantir seu futuro na natureza!

7. Saíra-pintor (Tangara fastuosa)

Pequena saída-pintor pousada em um galho, exibindo sua plumagem azul, verde e preta com detalhes alaranjados, em meio a um fundo de folhas desfocadas.

As saíras são verdadeiras joias vivas da Mata Atlântica! Essa aqui, a saíra-pintor, encanta com suas cores vibrantes. Pequena, mas cheia de importância para o ecossistema! Foto/Reprodução: iNaturalis/eduardovieira17

A saíra-pintor (Tangara fastuosa) é uma das aves mais coloridas da Mata Atlântica nordestina, encontrada no litoral de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, com registros esporádicos em Sergipe e Rio Grande do Norte. Atualmente, está Vulnerável (VU) à extinção, ameaçada pela destruição do habitat e pelo tráfico de aves silvestres.

Diferente de outras espécies da família Tangara, não forma bandos mistos, vivendo em pequenos grupos familiares e sendo bastante territorialista e agressiva.

A captura ilegal para o comércio de aves silvestres coloca essa espécie em risco. Sua conservação depende da proteção dos fragmentos florestais e do combate ao tráfico, garantindo que essa joia da Mata Atlântica continue a colorir as matas do Nordeste.

8. Jacupemba (Penelope superciliaris)

 Jacupemba equilibrada em um galho, com plumagem marrom escura e detalhe vermelho no pescoço, em meio à vegetação densa.

A jacupemba é um dos habitantes discretos da Mata Atlântica! Com hábitos terrestres, ela se esconde entre a folhagem para escapar dos predadores.

A jacupemba (Penelope superciliaris) é uma ave marcante da Mata Atlântica, mas sua subespécie Penelope superciliaris alagoensis, conhecida como jacu-de-alagoas, está entre as 120 aves ameaçadas do bioma.

Exclusiva do leste de Alagoas e Pernambuco, essa subespécie é menor que a jacupemba, medindo cerca de 55 cm, e possui uma linha mais clara no topo da cabeça. Seu nome, de origem tupi, significa “o que come grãos”, refletindo sua dieta baseada em frutos e sementes.

A destruição do habitat e a caça ameaçam sua sobrevivência. A proteção dos remanescentes florestais é essencial para garantir a existência dessa ave única na natureza.

9. Mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii)

Close-up de um mutum-do-sudeste com plumagem preta brilhante, crista encaracolada e detalhes alaranjados no bico. O fundo mostra um ambiente de terra e troncos desfocados.

O mutum-do-sudeste é um dos tesouros da Mata Atlântica! Infelizmente, essa espécie está ameaçada pelo desmatamento e caça ilegal

Endêmico da Mata Atlântica, o mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii) está em perigo de extinção, principalmente devido à caça e à perda de habitat. Estima-se que restem apenas cerca de 250 indivíduos na natureza, distribuídos em seis locais nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.

Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, ou seja, é possível diferenciar macho e fêmea visualmente. O macho tem penas pretas, com ventre branco e a base do bico vermelha. A fêmea, por sua vez, apresenta asas ferrugem e a base do bico cinza. Ambos possuem um topete característico na cabeça.

A conservação do mutum-do-sudeste é essencial para a manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica.

10. Beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii)

Beija-flor-de-costas-violeta descansando em um galho, com plumagem brilhante que reflete tons de verde e azul.

O brilho iridescente do beija-flor-de-costas-violeta impressiona! Com sua agilidade, ele poliniza diversas flores, ajudando a manter a floresta viva e cheia de cores. Foto/Reprodução: iNaturalist/Thomaz de Carvalho Callado

O beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii) apresenta uma característica interessante que permite distinguir machos e fêmeas a olho nu. As principais diferenças estão na plumagem e no tamanho do bico. O macho possui uma plumagem vibrante e mais brilhante, com um bico mais curto, enquanto a fêmea tem uma plumagem menos chamativa e bico maior.

Essas diferenças não são apenas estéticas, mas têm uma razão funcional ligada à dominância dos machos. Com bico curto, os machos têm acesso às flores de néctar abundante, que geralmente são mais curtas. Isso lhes dá a vantagem de se alimentar de fontes ricas em néctar, enquanto as fêmeas, que possuem bico maior, acabam buscando flores com néctar mais escasso e disperso, pois ocupam uma posição subordinada no comportamento da espécie.

Essa adaptação garante que machos e fêmeas possam dividir recursos de maneira eficiente, evitando competição direta pela alimentação, o que é essencial para o equilíbrio da espécie. Essa dinâmica interessante revela como as diferenças físicas nos animais podem estar diretamente relacionadas à estratégias de alimentação e sobrevivência.

11. Pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi)

Casal de pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi). Ilustração por: Robyn Abrey

A pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi) é uma ave que, infelizmente, desapareceu silenciosamente das florestas do Iguaçu e não é avistada na natureza há muitos anos. Seu nome se deve ao brilho metálico nas asas, que criava reflexos intensos, como espelhos, quando batia as asas. Era uma ave pequena e de coloração cinza, mas de extrema importância para o equilíbrio da Mata Atlântica.

A desaparição da pararu-espelho foi um dos principais motivos para o Parque das Aves se tornar um Centro de Conservação de Espécies da Mata Atlântica. Assim como ela, 120 espécies e subespécies da Mata Atlântica enfrentam sérios riscos de extinção.

A pararu-espelho se tornou um símbolo do trabalho do Parque, e a ave inspirou a criação da nova logomarca da instituição. Seu legado reforça a importância de proteger e conservar as espécies ameaçadas, para que nenhuma outra siga o mesmo destino. O Parque continua empenhado em garantir que as próximas gerações possam apreciar e proteger a biodiversidade da nossa Mata Atlântica.

12. Entufado-baiano (Merulaxis stresemanni)

O entufado-baiano (Merulaxis stresemanni) é uma ave pequena e rara que habita um fragmento de Mata Atlântica de apenas 3 mil hectares entre os estados de Minas Gerais e Bahia, com registros também no litoral sul da Bahia. Essa ave, de tamanho semelhante ao sabiá, é facilmente reconhecida pelo tufo de penas localizado abaixo do bico.

Ela vive na serrapilheira, camada de folhas secas que cobre o solo da floresta, e prefere realizar voos curtos, subindo em troncos a pouca distância do solo.

Endêmica da Mata Atlântica, o entufado-baiano é classificado como Criticamente em Perigo (CR) devido à perda de habitat e à fragmentação de seu território. A preservação dessa espécie é fundamental para a manutenção da biodiversidade da região.

13. Papagaio-charão (Amazona pretrei)

Close-up de um papagaio-charão com plumagem verde vibrante e uma marca vermelha ao redor dos olhos, olhando diretamente para a câmera. Mata Atlântica

Dependente das araucárias para se alimentar, sua sobrevivência está ligada à conservação da floresta.

O papagaio-charão (Amazona pretrei) concentra-se em florestas de araucárias, que são a principal fonte de alimento para essa espécie. No entanto, desde 2000, ele é classificado pela IUCN como Vulnerável (VU), devido à destruição das florestas de araucárias pela atividade madeireira e ao tráfico de filhotes retirados dos ninhos.

Uma importante iniciativa para sua conservação foi a criação da Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN), pelo Projeto Charão, localizada em Urupema, Santa Catarina. A área oferece um ambiente natural com muitas araucárias, proporcionando segurança alimentar para a espécie.

O Parque das Aves apoia financeiramente a infraestrutura da RPPN, o que não só facilita as pesquisas de campo, mas também amplia as ações educativas tanto para a comunidade local quanto para os turistas que visitam a região, especialmente durante o inverno. A colaboração é fundamental para garantir um futuro mais seguro para o papagaio-charão.

14. Jacutinga (Aburria jacutinga)

Jacutinga pousada em um galho no meio da vegetação densa, com plumagem preta, detalhes brancos e vermelhos na garganta. mata atlântica

A jacutinga é uma das aves mais ameaçadas da Mata Atlântica! Essencial para a dispersão de sementes, ela precisa de florestas preservadas para sobreviver.

A jacutinga (Aburria jacutinga) é uma das aves mais icônicas da Mata Atlântica. Seu tamanho e a mancha branca na asa a tornam fácil de identificar, sendo a única ave de sua família em grande parte de sua área de ocorrência.

Essa espécie é de grande importância ecológica, pois é uma dispersora de sementes, ajudando a manter a diversidade de árvores nativas. Ela engole frutos inteiros, remove a polpa no papo e, ao defecar as sementes, contribui para a regeneração das florestas.

Infelizmente, a jacutinga sofre com a degradação da Mata Atlântica e com a retirada ilegal e predatória do palmito-juçara, seu principal alimento. No entanto, existe esperança para a espécie! Aqui no Parque das Aves, temos alcançado excelentes resultados reprodutivos e mantemos uma parceria valiosa com a SAVE Brasil, que realiza esforços de reintrodução da jacutinga nas áreas onde ela costumava habitar. Juntos, trabalhamos para garantir um futuro para essa espécie vital para a biodiversidade da Mata Atlântica.

15. O tapaculo-preto-baiano (Scytalopus gonzagai)

Pequeno passarinho de plumagem escura camuflado entre folhas e galhos no chão da mata atlântica. Sua presença discreta contrasta com o ambiente verde ao redor.

Os pequenos marrons, como esse tapaculo-preto-baiano, são especialistas em se esconder entre folhas secas para evitar predadores. Eles podem não ser chamativos, mas são fundamentais para o equilíbrio da Mata Atlântica! Foto/Reprodução: iMaturalist/Thomaz de Carvalho Callado

O tapaculo-preto-baiano (Scytalopus gonzagai) é uma ave que permanece um mistério para muitos pesquisadores, pois pouco se sabe sobre seus hábitos e comportamentos. Endêmica da Mata Atlântica, essa espécie só existe neste bioma, com relatos limitados de avistamentos no município de Boa Nova, na Bahía.

Classificado como Em Perigo (EN) pela IUCN, o tapaculo-preto-baiano enfrenta ameaças significativas devido à perda de habitat e à fragmentação da floresta.

Curiosamente, seu nome científico faz homenagem ao renomado pesquisador brasileiro Luís Antônio Pedreira Gonzaga, reconhecendo suas contribuições à ornitologia.

Embora seja uma ave pequena e marrom, o tapaculo-preto-baiano é encantador e desempenha um papel crucial na biodiversidade da Mata Atlântica, destacando a necessidade urgente de ações de conservação para garantir sua sobrevivência.

16. Uru (Odontophorus capueira)

Uru caminhando folhas sobre secas na mata atlântica, com plumagem marrom e detalhes laranjas na cabeça

O uru, mestre da camuflagem, percorre silenciosamente o chão da Mata Atlântica! Com sua plumagem em tons terrosos, ele se mistura às folhas secas, escapando da vista dos predadores. Foto/Reprodução: iNaturalist/Manuel Ruedi

O uru (Odontophorus capueira) é uma ave extremamente tímida e difícil de ser avistada, mas sua vocalização é facilmente reconhecível. Aqui no Parque das Aves, abrigamos essa espécie, mas uma de suas subespécies, o Odontophorus capueira plumbeicollis, está classificada como Criticamente Ameaçada de Extinção (CR). Ela ocorre na região tropical do Nordeste do Brasil, especificamente entre os estados do Ceará e Alagoas.

A perda de habitat devido ao desmatamento e à caça predatória são as principais ameaças à espécie. Além disso, o isolamento das populações remanescentes pode dificultar sua reprodução e aumentar o risco de extinção. O uru se alimenta de frutos, como palmitos e pinhões, além de sementes e insetos, encontrando seu sustento principalmente na Mata Atlântica.

A conservação dessas aves é essencial para garantir a preservação do bioma e de suas espécies. Qual outra ave da Mata Atlântica ameaçada de extinção você gostaria de conhecer mais sobre? Comente abaixo!

17. O tatac (Synallaxis infuscata)

Pássaro de penas cinza e ferrugem pousado entre galhos secos, destacando-se contra o fundo esverdeado da mata atlântica

Mesmo entre os galhos retorcidos da floresta, o tatac encontra seu espaço! Foto/Reprodução: iNaturalist/Nina Wenóli

Exclusivo da Mata Atlântica do Nordeste brasileiro, o tatac (Synallaxis infuscata) é um pequeno passarinho da ordem passeriforme, que inclui aves de pequeno a médio porte. Infelizmente, a espécie está classificada como “Em Perigo” (EN) pela IUCN, devido principalmente ao desmatamento nas florestas de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.

O tatac habita clareiras no interior da floresta, em altitudes que variam de 500 a 900 metros. Ele é sociável e geralmente é encontrado em pares, alimentando-se de insetos e sementes. Sua vocalização, forte e nasal, soa como “enk-enk” e pode ser ouvida durante suas buscas por comida.

A conservação do tatac depende de esforços contínuos para proteger seu habitat e combater a destruição das florestas.

Vegetação exuberante da Mata Atlântica, com bromélias crescendo sobre troncos e árvores altas formando um dossel verde. A luz do sol atravessa a copa das árvores, iluminando as folhas.

A Mata Atlântica abriga espécies incríveis, muitas delas ameaçadas de extinção. O desmatamento e a manipulação desse bioma coloca em risco aves como o mutum-do-sudeste, a jacutinga e o macuco. Proteger essa floresta é garantir um futuro para essas espécies!

A conservação depende de ações concretas, como:
Denunciar o tráfico de animais silvestres
Valorizar o turismo sustentável
Apoiar iniciativas de conservação, como as do Parque das Aves

Saiba mais sobre a atualização da Lista Vermelha de Espécies de Aves Ameaçadas de Extinção do Paraná, publicada em 2018, resultado de uma parceria entre o Parque das Aves, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Hori Consultoria Ambiental: https://bit.ly/3ChCASJ

Sobre o Parque das Aves

O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado do Paraná depois das Cataratas, completou 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.

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