TRÁFICO

O tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade da Mata Atlântica e pode provocar a extinção de diversas espécies a médio e longo prazo.

TRÁFICO

O tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade da Mata Atlântica e pode provocar a extinção de diversas espécies a médio e longo prazo.

O comércio ilegal ocasiona desequilíbrios ecológicos e sofrimento aos animais. Cada espécie tem uma função ecológica e quando são retiradas do seu ambiente natural, nenhuma outra é capaz de desempenhar seu papel.

No Brasil, as aves são os animais mais capturados e vendidos no mercado ilegal, segundo dados da organização não governamental WWF. As espécies mais visadas  são os psitacídeos (araras, papagaios e periquitos), passeriformes (passarinhos), dendrobatídeos (rãs venenosas e coloridas), primatas e lepidópteros (borboletas). Além disso, de cada 10 animais traficados, 9 morrem antes de chegar ao seu destino final.

De todas as espécies de aves mais traficadas no Brasil, as aves nativas da Mata Atlântica constituem a maioria. (Fonte: Bernardo Ortiz-von Halle, ‘Bird’s-eye view: Lessons from 50 years of bird trade regulation & conservation in Amazon countries;)

Além da destruição de seus habitats nativos por meio do vasto e rápido desmatamento, muitas espécies de passeriformes e psitacídeos sofrem de uma imensa pressão do tráfico ilegal de animais silvestres.

 

 

 

 

 

Por exemplo, o Projeto Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) descobriu que, em 2016 e 2017, 85% de todos os ninhos da espécie nas regiões de Mata Atlântica pesquisadas foram arrombados por traficantes.

(Foto: Projeto Papagaio-verdadeiro)

 

 

 

 

 

E essa espécie não está sozinha.

Muitas espécies de passeriformes estão sofrendo o mesmo destino, algumas valorizadas por sua aparência, outras por sua capacidade de cantar.

90%

das aves resgatadas do tráfico ilegal no Brasil são passeriformes.

Entre as espécies traficadas, as mais procuradas são curiós, canários-amarelos e aves dos gênero Saltator e Sporophila, valorizadas pela sua capacidade de cantar. Muitas dessas espécies são vulneráveis, ameaçadas ou até criticamente ameaçadas.

 

 

 

 

 

O bicudo-verdadeiro (Sporophila maximiliani) está Criticamente Ameaçado (CR) no Brasil devido ao tráfico ilegal de animais silvestres e à destruição de seu habitat, sendo considerado Em Perigo (EN) em sua faixa global, com cerca de 250 indivíduos remanescentes no Brasil.

(Foto: Cesar Medolago)